quarta-feira, 11 de julho de 2007

Palavras agridoces

Desesperança
A vida me sucumba, me engula, me devore.
Extinga-me ferozmente, consuma-me,
pois me perco em manias torpes e insanas,
vejo-me em inutilidades, em vazios, em solidões.
A vida me seja razoavelmente econômica,
não se estenda por anos inúteis, supérfluos;
cansarei de ver o mundo agonizando,
as pessoas se corrompendo, se esvaziando, se anulando;
eu odiaria ver um mundo padronizado e fútil.
Certamente faltará o poeta, o louco, o artista, faltarão os insanos.
A vida me seja breve e leve, qual um fardo de ilusões,
uma carga de delírios, um mundo de poesias;
afinal, em mim já pesam as marcas da tristeza, do desamor e da solidão.
Vou esperar que a vida, então, dê o seu último suspiro
e que a morte, este ente tão próximo, se apresente majestosa,
ou, então, que a vida se transforme, ponha em sua face cores vivas,
em seu corpo roupas justas, erga os seios, modele as pernas,
ressalte a bunda, arrume o cabelo em desalinho,
para depois me reconquistar, jogar-me em sua cama morna,
possuir-me sem piedade e adormecer mansamente em mim.
Nesse momento, somente nesse momento, direi um até breve à morte
e sucumbirei novamente às insanidades da vida.

Um comentário:

Anônimo disse...

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