segunda-feira, 20 de agosto de 2007

Palavras

Sigo o mundo, sigo a trilha,
Percorro montanhas, montes.
Respiro, transpiro, vivo os meus dias mansamente,
Mas, me perturba uma presença constante, inabalável, inflexível.
Uma presença me roubando o ar, furtando-me a vida, os sentidos, o bom senso.
Onisciente e onipresente em mim.
Não há fuga, nem quero fugir, pois, este domínio me enche de prazer,
De sorriso e de esperança de vida.
Para que correr se não há meios de escapar, para onde quer que eu olhe,
Para onde quer que eu vire, para onde quer que eu viva,
Vejo a presença sublime,
Sinto o perfume delicado violentando a minha pele,
Impregnando em minhas entranhas, possuindo meus sentidos e a minha vontade.
Respiro a cada instante este perfume, pois ele vive em mim
E só em meu ser ele pode exalar seus aromas, afinal é meu,
Vive constantemente dentro das minhas lembranças inconstantes.
Sigo a vida, sigo o dia, sigo a noite,
E em cada canto te ouço, em cada rio vejo teu corpo nu banhado pela água.
Em cada horizonte te vejo brilhando; em cada amanhecer te vejo ao meu lado.
Fugindo te encontro, pois a tua presença jamais me abandona;
A tua vida jamais me deixa morrer.
Atrás de tudo que vivo,
Entre tudo que vejo,
Entre os aromas que respiro,
Nas vidas vividas,
No pouco que sou,
Está o teu nome, a tua presença, o teu olhar.

Um comentário:

Anônimo disse...

... na réstia da memória, filamentos desenham o passo do amor, entre lembranças, receitas e poesias...
Selma