sexta-feira, 31 de agosto de 2007

Palavras

AMOR DE UMA VIDA

Quando o amor bateu à minha porta,
as lágrimas de uma vida amarga secaram-se,
partiram para o ar,
orvalhando, ternamente, as flores
que decoravam os confins do meu mundo.
Tanto amor.
A beleza que tanto desejara,
aninhando-se ao meu lado;
pássaro ferido, perdido nas maldades
de uma vida maculada pelas tiranias do destino.
Dei-lhe o melhor de mim.
Pediu-me abrigo, dei-lhe morada;
precisou do pão, dei-lhe alimento;
necessitou do carinho que nunca teve,
abri as portas do meu leito e, em seu corpo,
encontrei-me noites,
encontrei-me dias.
Nele vivi sentimentos de uma vida,
nas fagulhas de dias sequer contados.
Mas, as flores do meu mundo
tiveram seu orvalho roubado pela necessidade,
triste, de tê-lo em meu rosto,
lavando a alma em rios de infelicidade,
em dores de tristeza.
Partiu de mim o dia claro de minha vida.
Em mim, uma noite triste e eterna.
O sol do seu sorriso deixou em mim
as cicatrizes profundas
de um amor além da vida.

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