quarta-feira, 1 de agosto de 2007

SAUDADE

Por ti a falta não se faz presente.
Falta - me o fato, a situação.
E não me entristece a ausência de ti.
Careço, sim, do corpo quente que me acorde em um abraço,
beije - me com um gosto de amor amanhecido,
diga - me coisas absurdas de sonhos fantásticos e, depois,
se desmanche em meus braços com uma preguiça de bom - dia,
com olhos de quem ama,
com o corpo ainda semi - acordado,
com as marcas dos lençóis teimando em não sair do rosto.
Careço de um riso pela manhã,
do amor matinal,
do sol iluminando carinhosamente o corpo,
do beijo ávido na boca; do café na cama,
com a brisa entrando gulosa pela janela aberta,
aquele frio gostoso e a vontade de ficar eternamente ao lado,
como se esta companhia fosse me aliviar a fome,
devolver - me a vida.
Careço, pois, das coisas do amor,
das loucuras,
das bobagens,
das cumplicidades,
das brigas tolas e
das diversas formas de dizer que amo.
E o meu corpo e a minha mente
e o delírio rasgando - me em um beijo doce.
Toma - me para ti, que o meu ser é teu,
carrega - me para a imensidão,
joga - me entre mundos,
faremos poesias com nossas mais pervertidas esquizofrenias e
estas serão sempre doces e suaves,
o retrato de um amor imenso, que um dia alcançou o infinito.

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