terça-feira, 25 de março de 2008

Palavras

INVASOR
Quanto mais passam os dias,
observo que não sou eu quem está aqui.
Sinto - me estranho, como se meus passos
fossem dados por outrem, e,
deste invasor, sequer me escondo,
parecendo gostar da loucura oferecida.
Torno - me o malfeitor de minha própria morada,
cego iludido em si mesmo,
parecendo viajar para não se sabe onde.
Esta demência é minha,
é do mundo e do nada.
Obrigo - me a fechar os lábios e
observar coisas do outro eu
ocuparem minhas lembranças, meus recantos,
minha vazia vida, minhas últimas ilusões.

Dezembro/1992

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