terça-feira, 11 de dezembro de 2007

Palavras

SURREAL

De um lado vejo as roupas jogadas,
repousando em um canto qualquer do quarto mal-iluminado.
Pela janela sussurram os primeiros raio de sol de uma manhã fria,
onde o vento tornou-se fumaça.
No ar ainda pairam coisas que foram minhas
após as delícias de uma noite perdida entre
declarações falsas e prazeres proibidos e libidinosos.
Ao meu lado repousa toda a calma de um
corpo amado de maneira voluptuosa e desesperada.
Observo. Silêncio. Notas musicais de um pássaro insistente
quebram a cena surreal que tento montar.
O dia continua frio e indefinido. E ela continua dormindo.
Parece um anjo caído, despencado das alturas,
estirado sobre meus trajes, desmaiado sobre minha cama.
Admiro-a. Pés, mãos, cabelo, rosto, corpo. Alma.
Devoro a sua como um vampiro amargurado,
procurando em sua vítima algo vital.
Algo que não o faça se sentir tão
eternamente solitário.

Nenhum comentário: