CONTRIÇÃO
Perdoa-me por te amar tanto e
ter neste amor tanta necessidade de ti;
pelos séculos que passamos ao largo de nossos devaneios,
encontrando- nos em silêncio,
como estivéssemos a fugir de nós mesmos.
Perdoa- me por, em teu nome, derramar meu pranto e
molhar- te o ventre, mas, sou teu e, em ti,
bendigo as coisas do mundo,
como se a mim bastasse, e basta, o alimento teu.
Pelas loucuras que te fizeram sorrir,
pelas vezes que, em mim, perdeste as respostas para o conhecido e
choraste minha insensatez.
Perdoa- me.
Perdoa- me, pois te amo muito e esta paixão te agride,
como nossos orgasmos sôfregos, como eu em ti,
como teu amor perdido, e pulsante, em mim.
1993
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