segunda-feira, 26 de novembro de 2007

Palavras

PLATONICAMENTE

Se lembrares algum dia de algo que foi nosso,
procure em álbuns amarelados algumas fotos
nas quais eternamente sorriremos.
Era assim, um amor desprendido e leve,
que vivia em nós por ser esta
a melhor morada para tão platônica paixão.
Jamais fostes minha em corpo, porém,

teu espírito e teus pensamentos
vagavam por meus devaneios,
por meus delírios,
pelo meu dia,
pelo meu crepúsculo.
E se mesmo assim nos magoamos,
é porquê talvez eu deva partir,
abrir mão de algo tão fugaz, tão concreto,
de um amor que de tão grande nasceu,
viveu e morreu sem chance de sequer viver à luz de teus olhos,
à sombra de tua paz.
Vejo que se continuar em ti talvez me perca e,
persistindo a viver em tão repousante morada,
torne - se impossível voltar a viver em mim.

Um comentário:

selma disse...

Poetinha sumido,
Muito lindo, amei platonicamente...
Fotografias da alma... são filetes da memória...
beijos poéticos.
Selma